sábado, 25 de agosto de 2007


“ Da riqueza e monumentalidade de Bracara Augusta poucos sinais chegaram até nós. À semelhança de outras cidades romanas teria um fórum, templos, mercados, termas, um anfiteatro, além de bairros residenciais.
Uma grande cidade como Bracara Augusta possuía, necessariamente, uma actividade artesanal intensa e diversificada que pudesse corresponder de imediato e sem custos excessivos às necessidades primárias da população. Melhor testemunhada encontra-se a actividade da olaria, que terá desempenhado um importante papel na vida económica da cidade.
Bracara Augusta foi uma importante cidade comercial, e a atestar a sua veracidade são inscrições uma datada do tempo do imperador Cláudio dedicada a C. Caetronius Miccio, pelos cidadãos romanos que comerciavam em Braga, uma outra inscrição votiva, dedicada ao Génio do Mercado, é igualmente sugestiva da importância assumida pelo comércio na vida económica da cidade. Se não nos ficou memória epigráfica dos produtos transaccionados pelos comerciantes bracarenses, possuímos, todavia, testemunhos significativos da importação de certos produtos alimentares, com base na presença dos seus contentores e de produtos cerâmicos. Para além da cerâmica Bracara Augusta importou vidros, jóias e outros produtos de luxo. Embora raros, eles revelam as exigências de uma elite urbana de refinado gosto.
Práticos como eram, os romanos nunca tiveram dúvidas sobre o melhor local para implantar a cidade que iria governar o No­roeste da Península Ibérica: algures entre as montanhas e as planícies costeiras, junto a um vale de um rio importante, no ponto exacto em que este deixasse de ter um curso apertado e se começasse a espraiar... Crê-se que no ano 3 ac. é fundada Bracara Augusta. Sendo primeiro capital de um conventus juridicus; passou em 216, a ser cabeça de todo o Noroeste peninsular.
Ausónio ilustre cronista da época no seu livro Cidades Ilustres, incluiu-a entre as mais ricas e importantes de todo o mundo romano.
Mais tarde, os Suevos, um povo Germânico, escolheram-na para sua capital; um dos seus reis, Requiário, convert­eu-se ao cristianismo, tornando-se o primeiro rei cristão em toda a Europa.
Estava dado o mote. Braga tinha-se tornado a sede de um bispado que, lentamente, ano após ano, foi conquis­tando importância, que ousou mesmo discutir com Toledo a primazia da Pe­nínsula Ibérica. E não perdeu!
Desde os inícios do século XII que Bra­ga foi pertença dos seus arcebispos; e que estes tiveram um papel importante na reconquista e no desenvolvimento do país como conselheiros de reis. Também a partir do século XII Braga foi-se reconstruindo à volta da sua catedral, já que por volta de 716 fora completamente destruída pelos árabes, levantando-se casas e igrejas, conventos e capelas; porém as casas enobrecidas com pedra de armas só pude­ram ser levantadas fora das muralhas, tão grande era o poder dos seus se­nhores, que se tornou na Roma Portu­guesa.
O poder religioso marcou fortemente a cidade que, em meados do século XVIII, dois terços das suas casas pertenciam ao Cabido. Mesmo quando por volta de 1780 Braga deixou de ser um senhorio pertencente aos arcebispos. Na prática, porém, a Igreja continuou a ter uma posição preponderante na so­ciedade e na política Bracarense.
Um visitante que não conheça nada sobre Braga e percorra a sua zona antiga ficará profundamente admirado, o traçado de algumas ruas permite vislumbrar a forma fechada da cidade medieval, as muralhas hoje perdidas, de que apenas restam algumas torres e duas portas. Mas, no seu interior, as ruas paralelas que se cruzam perpendicular­mente, onde se vê claramente o urbanismo da velha Bracara Augusta, por vezes e apesar de Braga ser cidade Bimilenar cremos serem duas cidades gémeas a coabitarem o mesmo espaço.
Por tudo isto Reviver o Passado na Bracara Augusta é um retorno ao mundo romano, Reviver o passado na Bracara Augusta é um evento organizado pelo Município de Braga, pelouro da Cultura, com parceria do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa que para a sua execução delegam na Associação dos Artesãos da Região do Minho.


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